Bem perto do Parque da Cidade do Porto e sensivelmente a meio da rua que lhe dá o nome, a Estação de Martim Moniz nasceu em Março de 2023, com o intuito de registar as borboletas nocturnas que ainda conseguissem vingar em pleno tecido urbano portuense. 

Montada no jardim, a instalação de lâmpada de luz mista 160W sobre lençol branco lá vai lutando contra as hostes de candeeiros de iluminação pública, luzes de varanda, televisões cintilantes e carros reluzentes que teimam em produzir poluição luminosa. Para além da poluição luminosa, coloca-se o desafio de vencer o património edificado, teimosamente opaco à radiação emitida pela lâmpada. E porque não há duas sem três, a tríade de obstáculos completa-se com a falta de habitat de qualidade para muitas das espécies de borboleta nocturna que ainda não aprenderam a alimentar-se de betão armado ou de fumo de escape.

Pode parecer um esforço inglório, mas as borboletas nocturnas lá vão aparecendo, para gáudio do observador atento (eu) e talvez para infortúnio dos vizinhos, que têm que gramar com a luz da lâmpada, qual réplica em pequena escala do Farol de Leça. E apesar das condições adversas em que se insere e da sua juventude, a estação já conta com mais de 40 espécies de borboletas nocturnas registadas (entre macro e microlepidópteros).

Resta saber o que o futuro reserva!

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Responsável: João Lima